Foto: Thassiani Porto (Divulgação prefeitura de Santa Maria)
Vice-prefeito, Sergio Cechin (PP) esteve à frente da prefeitura de Santa Maria nos últimos dias em lugar de Pozzobom, que estava em férias
Nesta segunda-feira, depois de mais um período de férias, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) reassume o comando de Santa Maria. E o vice, Sergio Cechin (PP), retoma suas atividades referentes ao cargo. Normalmente, ele despacha no 6º andar, mas quando Pozzobom não está também dá expediente no 7º. Sua rotina no Centro Administrativo é um pouco parecida com a que tinha na Câmara de Vereadores.
- Continuo atendendo, é muito mais (gente) que na Câmara. Atendo uma média de 60 pessoas por dia - afirma Cechin.
Os temas tratados são os mais diversos: cadastramento, legalização de terrenos, transporte escolar, infraestrutura. Recebidas, as demandas são distribuídas para cada secretaria responsável pelo assunto.
- Tem outras demandas que são do meu escritório, aí não misturo e atendo lá depois que saio da prefeitura. Tenho uma equipe lá - conta o vice-prefeito, referindo-se ao escritório de engenharia civil que mantém desde 1977.
- E à tardinha tiro tempo para visitar as obras - completa Cechin, que é professor aposentado.
Referência
Vice-prefeito na década de 90 de José Farret (sem partido), Cechin analisa que as administrações mudaram significativamente.
- As legislações são mais rígidas, antes não existia a Lei de Responsabilidade Fiscal. Hoje, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) nos fiscaliza, o Ministério Público nos fiscaliza - explica o progressista.
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Entre uma resposta e outra, Cechin não se cansa de citar o prefeito que ele considera referência como gestor e que foi eleito por seu partido: Evandro Behr, administração de 1989 a 1992. Nessa época, lembra o vice-prefeito, era possível fazer parcerias com a comunidade para melhorias em campos de futebol amador e o "calçamento participativo".
- Mas hoje, os tempos são outros e doações não podem ser feitas - observa ele, que integrou o governo Behr.
O governo Pozzobom, aliás, enfrenta uma CPI por suposto uso de máquinas da prefeitura para fazer serviços em uma propriedade particular. A prefeitura alega se tratar de uma parceria com a comunidade para arrumar uma estrada.
Arrecadação
Na conversa com a coluna, o vice-prefeito afirmou, por várias vezes, a necessidade de o município aumentar sua arrecadação e, como consequência, o orçamento, que em 2018 é de R$ 700 milhões, para que a prefeitura possa fazer investimentos. Hoje, segundo ele, apenas R$ 150 milhões são de receita própria. O restante vem de fora. Atualmente, segundo Cechin, além de buscar alternativas, como o financiamento federal de R$ 50 milhões que a prefeitura está pleiteando para recuperar as ruas, é preciso estudar mecanismos para colocar mais dinheiro no cofre.
- O importante é que os salários estão em dia, o 13º e os fornecedores - destaca Cechin.
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Só que a população quer mais: que a prefeitura resolva os problemas do seu dia a dia, como a buraqueira nas ruas.
- A gente sabe que não está bem - admite o vice-prefeito, sobre os buracos.
Minoria na Câmara
As coisas também não vão bem na Câmara. O governo perdeu a maioria folgada e agora enfrenta uma CPI, apesar de o prefeito, o vice e o articulador com o Legislativo, Paulo Denardin (PP), terem sido vereadores. O que aconteceu?
- Faltou habilidade para nós todos, todos nós tivemos falhas. Acho que o vereador tem de ser de ser valorizado e estamos trabalhando para isso. Vamos corrigir algumas falhas - comenta o vice, seis vezes eleito vereador e que passa a participar mais ativamente da interlocução com a Câmara.
E a relação com Pozzobom?
- Já assumi a prefeitura acho que umas 10 vezes, há uma confiança do prefeito. O vice sabe de suas atribuições, eu sei respeitar a hierarquia. O prefeito é planejador, determina e, muitas vezes, dá missões para eu resolver, executar - relata ele.